Benfica e os Penáltis: O Segredo por Trás da Eficiência Ofensiva na Época 2025/26


O Benfica voltou a demonstrar a sua eficácia da marca dos onze metros ao eliminar o Tondela nos quartos de final da Taça da Liga. O encontro, que terminou com vitória confortável para as Águias, começou a ser desbloqueado com um penálti convertido por Nicolás Otamendi. A partir daí, Lukebakio e Pavlidis selaram o resultado, confirmando o apuramento do Benfica para as meias-finais da competição. Mais do que um simples golo, este penálti reforçou uma tendência clara: a crescente dependência do Benfica nas grandes penalidades para construir o seu sucesso ofensivo na temporada 2025/26.

O poder dos penáltis: uma arma cada vez mais decisiva

Nos últimos dois jogos, o Benfica beneficiou de quatro penáltis — três frente ao Arouca, na I Liga, e um contra o Tondela, na Taça da Liga. Este dado é revelador de uma equipa que tem conseguido forçar os adversários a cometer erros dentro da área, fruto da sua pressão alta, do jogo interior incisivo e da movimentação constante dos seus avançados. Com sete penáltis assinalados a seu favor desde o início da época, as Águias lideram isoladas este ranking em Portugal.

Os números falam por si: o Benfica soma 31 golos em 19 jogos oficiais, sendo que sete resultaram de penáltis. Isto representa 22,5% do total de golos da temporada — uma percentagem significativa para um clube com ambições de conquistar todas as competições internas e fazer boa figura na Europa. A marca dos 11 metros tem, portanto, desempenhado um papel central no rendimento ofensivo da equipa comandada por Roger Schmidt.

A supremacia benfiquista nas grandes penalidades

Ao olharmos apenas para a I Liga, os dados tornam-se ainda mais expressivos. O Benfica marcou 18 golos em nove jornadas, e seis desses surgiram de penáltis — um terço de toda a produção ofensiva. É uma estatística que chama a atenção e levanta questões sobre o equilíbrio entre mérito próprio e o benefício de decisões arbitrais favoráveis.

Independentemente das discussões externas, a verdade é que o Benfica tem demonstrado frieza e eficácia na conversão das grandes penalidades. Cinco dos seis penáltis marcados no campeonato foram convertidos por Vangelis Pavlidis, o avançado grego que rapidamente conquistou o público da Luz. Com oito golos na I Liga, Pavlidis lidera a tabela dos melhores marcadores e tem sido peça fundamental na consolidação do ataque encarnado.

O outro penálti convertido foi da autoria de Ivanovic, durante a goleada sobre o Arouca. Nesse jogo, o Benfica beneficiou de três grandes penalidades, algo pouco comum num só encontro, mas que refletiu o domínio total da equipa e a incapacidade do adversário em lidar com a sua intensidade.

Pavlidis: o novo matador da Luz

A chegada de Vangelis Pavlidis trouxe ao Benfica uma eficácia que há muito o clube procurava desde a saída de Darwin Núñez. O grego combina potência física, excelente colocação e uma serenidade notável nos momentos de maior pressão. A sua taxa de conversão de penáltis é perfeita até agora, e os seus golos têm tido peso decisivo em jogos equilibrados.

Mais do que um simples marcador de penáltis, Pavlidis tornou-se o símbolo de uma nova geração de avançados que unem instinto goleador e inteligência tática. A sua movimentação constante força os defesas a cometer faltas, abrindo espaços para os médios ofensivos e extremos do Benfica explorarem. Este impacto tem sido determinante na forma como o Benfica cria oportunidades dentro da área, algo que explica, em parte, o elevado número de penáltis conquistados.

Comparação com os rivais diretos

Enquanto o Benfica lidera o número de penáltis a favor com seis, SC Braga segue com cinco, e Nacional da Madeira e Santa Clara somam quatro. O Sporting contabiliza três e o FC Porto apenas dois. Estes números revelam diferentes estilos de jogo e também abordagens ofensivas distintas. O Benfica, com a sua estratégia de posse e pressão constante, passa grande parte do tempo dentro da área adversária, o que naturalmente aumenta as probabilidades de sofrer faltas.

O FC Porto, por exemplo, tem adotado um futebol mais direto, enquanto o Sporting aposta em ataques mais trabalhados, mas com menor presença física na área. Estes contrastes explicam em parte as discrepâncias nos números de grandes penalidades. No entanto, a eficácia com que o Benfica transforma essas oportunidades em golos é o que realmente faz a diferença. Em momentos em que o jogo se complica, a capacidade de aproveitar penáltis pode ser o fator decisivo entre a vitória e o empate.

O peso das grandes penalidades na estratégia do Benfica

As grandes penalidades não são apenas fruto do acaso. Há uma componente estratégica importante na forma como o Benfica joga. A equipa de Roger Schmidt aposta em transições rápidas, triangulações curtas e infiltrações constantes que obrigam as defesas adversárias a reagir sob pressão. Quando um jogador como João Mário, Di María ou Neres ataca o espaço entre defesas, o risco de cometerem falta aumenta substancialmente.

Além disso, o Benfica tem aperfeiçoado os treinos de bolas paradas e penáltis. Otamendi, Pavlidis e até João Neves têm sido vistos a praticar intensamente essas situações, garantindo que, quando surge a oportunidade, a conversão é quase certa. Esta preparação demonstra profissionalismo e entendimento de que cada detalhe conta num campeonato tão competitivo.

A importância psicológica dos penáltis

Os penáltis têm também um impacto psicológico relevante. Para os adversários, cada falta dentro da área representa o risco de ver o jogo fugir por entre os dedos. Já para o Benfica, a confiança é reforçada a cada golo convertido, alimentando o moral da equipa e o sentimento de invencibilidade. Pavlidis e Otamendi, por exemplo, têm demonstrado frieza e liderança ao assumir a responsabilidade nesses momentos decisivos.

Este fator psicológico pode ser determinante nos grandes jogos. Quando a pressão aumenta, saber que se pode contar com executantes seguros da marca dos onze metros é uma vantagem inestimável. E o Benfica, nesta época, tem conseguido transformar essa confiança em resultados concretos.

O que esperar no futuro

A tendência do Benfica para obter penáltis provavelmente continuará enquanto mantiver o seu estilo ofensivo. Com jogadores rápidos, criativos e com boa leitura de jogo, o risco de o adversário cometer infrações na área é alto. No entanto, depender em excesso das grandes penalidades pode tornar a equipa previsível. É importante que o Benfica continue a diversificar as suas formas de marcar, explorando remates de média distância, cruzamentos e jogadas combinadas.

Para os adeptos, o essencial é que a equipa continue a vencer, independentemente de como surgem os golos. Contudo, os dados estatísticos levantam uma discussão interessante sobre até que ponto o sucesso do Benfica depende destas situações. Se, por um lado, revelam uma equipa que força erros e sabe aproveitá-los, por outro, sugerem que há espaço para maior criatividade ofensiva em jogo corrido.

Conclusão: eficácia ou dependência?

O Benfica de 2025/26 está a provar ser uma equipa pragmática e eficiente. As grandes penalidades têm sido um recurso valioso, mas também um reflexo de um modelo de jogo agressivo e dominador. Com Pavlidis em grande forma e uma equipa focada em manter o ritmo vitorioso, as Águias continuam a voar alto nas competições nacionais.

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