Orkun Kökçü, médio turco que brilhou no Benfica, enfrenta atualmente o período mais conturbado da sua carreira. Transferido para o Besiktas por 30 milhões de euros, o jogador de 24 anos ainda não conseguiu justificar o investimento, acumulando críticas da imprensa e dos adeptos do histórico clube turco.
Uma carreira promissora no Benfica
Antes de rumar à Turquia, Orkun Kökçü tinha conquistado um lugar de destaque no Benfica. Contratado ao Feyenoord por 28 milhões de euros, o médio rapidamente se afirmou como uma das peças centrais da equipa. Entre 2023 e 2025, Kökçü participou em 98 jogos, marcou 19 golos e contribuiu com 22 assistências.
Durante a sua passagem pelas águias, conquistou uma Taça da Liga (2024/25) e a Supertaça Cândido de Oliveira (2023), tornando-se um jogador experiente, com capacidade de decisão e visão de jogo notável. A sua saída do Benfica deixou uma lacuna no meio-campo, mas também levantou questões sobre a sua postura disciplinar.
A saída conturbada do Benfica
A transferência para o Besiktas não ocorreu de forma pacífica. No verão de 2025, depois de uma bronca com Bruno Lage durante o Mundial de Clubes, a saída tornou-se inevitável. Fontes próximas ao clube indicam que a relação entre Kökçü e o treinador deteriorou-se a ponto de impossibilitar a sua permanência.
Além desse episódio, a estrutura do Benfica levou em consideração que não se tratava de um caso isolado de indisciplina. Com Roger Schmidt no comando, o internacional turco já tinha causado polémica ao conceder uma entrevista onde revelou o desejo de jogar pelo Liverpool, o que foi interpretado como falta de compromisso com o clube.
O desafio do Besiktas
Com um investimento de 30 milhões de euros, o Besiktas esperava contar com Kökçü como um dos líderes da equipa. No entanto, até ao momento, o médio participou em 14 jogos e não marcou qualquer golo. A sua única contribuição direta foi uma assistência frente ao Konyaspor, insuficiente para a ambição do clube e para o padrão esperado pelos adeptos.
A pressão sobre Kökçü aumenta ainda mais pelo desempenho irregular do Besiktas. Jogadores como David Jurásek e Rafa Silva também enfrentam dificuldades em manter o nível desejado, o que reflete na equipa e contribui para a insatisfação dos seguidores.
Adaptação e expectativas não correspondidas
A adaptação ao futebol turco não tem sido fácil. Orkun Kökçü mudou-se de um clube onde tinha rotina e protagonismo para um ambiente totalmente diferente, com expectativas elevadas e uma cultura de exigência intensa. Para muitos especialistas, esta transição rápida pode explicar, em parte, o início complicado do jogador no Besiktas.
Contudo, a análise não se limita apenas ao rendimento em campo. A pressão mediática, o contexto competitivo da Süper Lig e a cobrança constante dos adeptos são fatores que tornam o desafio ainda maior para qualquer jogador de destaque.
Comparação com a fase no Benfica
No Benfica, Kökçü tinha números que justificavam o investimento feito pelo clube. Com 19 golos e 22 assistências em 98 encontros, demonstrava regularidade e capacidade de decisão. O jogador também tinha experiência em competições europeias e momentos decisivos do futebol português, algo que reforçava o seu valor dentro e fora de campo.
No Besiktas, a realidade é distinta. Sem golos marcados, apenas uma assistência e uma crescente pressão, o médio está longe do rendimento que justificaria os 30 milhões de euros investidos pelo clube turco. A situação levanta dúvidas sobre a capacidade de adaptação de Kökçü e sobre a estratégia de contratações do Besiktas.
Reações dos adeptos e da imprensa
A imprensa turca tem sido incisiva nas análises sobre o desempenho de Kökçü. Críticos apontam que, apesar de ser um jogador tecnicamente evoluído, a sua presença não tem traduzido em influência decisiva nos jogos.
Os adeptos do Besiktas, por sua vez, mostram impaciência. A expectativa era de que Kökçü assumisse rapidamente o papel de estrela da equipa, contribuindo para vitórias e exibindo liderança no meio-campo. A realidade tem sido diferente, com o jogador a lutar para encontrar o seu lugar e a demonstrar consistência em campo.
O lado psicológico do desempenho
O momento de Kökçü evidencia também a importância do aspecto psicológico no futebol. A pressão de justificar um investimento elevado, somada à expectativa de adaptação rápida, pode afetar a confiança de qualquer jogador.
Especialistas em desporto sublinham que a gestão emocional é tão importante quanto a capacidade técnica. A situação de Kökçü no Besiktas ilustra como fatores externos, como relação com adeptos e imprensa, podem impactar diretamente a performance em campo.
Perspetivas para o futuro
Apesar do início difícil, nem tudo está perdido para Kökçü. A temporada ainda é longa e o médio tem oportunidade de se afirmar no Besiktas, melhorar os números e reconquistar a confiança dos adeptos.
Para isso, será essencial adaptar-se ao estilo de jogo da Süper Lig, criar rotinas consistentes de treino e fortalecer a relação com colegas e treinador. A experiência adquirida no Benfica, aliada ao talento técnico, pode ajudá-lo a superar este período complicado e retomar a trajetória ascendente da sua carreira.
Conclusão
Orkun Kökçü vive, atualmente, um dos momentos mais desafiantes da carreira. A transferência para o Besiktas, recheada de expectativas e com um investimento elevado, trouxe pressão e exigência imediata. Até agora, o rendimento em campo não correspondeu ao investimento, gerando críticas da imprensa e dos adeptos.
No entanto, o futebol é feito de altos e baixos, e a carreira do médio turco ainda tem espaço para recuperação. A capacidade de adaptação, resiliência psicológica e empenho em campo serão determinantes para que Kökçü volte a justificar o seu valor e se torne, finalmente, a estrela que o Besiktas espera.

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