Mourinho elogia jornal italiano e dispara: “Não sou santo, mas digo sempre o que penso

 


José Mourinho celebra o sucesso do Benfica e presta tributo ao centenário do Corriere dello Sport


José Mourinho, atual técnico do Benfica, marcou presença – mesmo que à distância – na gala dos 100 anos do Corriere dello Sport, um dos jornais italianos mais prestigiados do mundo. O treinador português, conhecido pela sua eloquência e franqueza, aproveitou o momento para felicitar a publicação italiana pela sua trajetória e para destacar o feito histórico alcançado pelos encarnados nas recentes eleições presidenciais.


Devido aos compromissos do Benfica, Mourinho não pôde estar fisicamente presente, mas enviou uma mensagem que rapidamente se tornou destaque entre a imprensa europeia. O técnico sublinhou o “recorde mundial” atingido pelo clube, com 85 mil votantes nas eleições — um número inédito que, segundo o próprio, simboliza a força da instituição e a paixão dos adeptos.


“Não posso estar aí porque o meu clube, que acabou de bater o recorde mundial de votantes na eleição para Presidente, com 85 mil, me fez regressar ao futebol português. Voltei graças ao Benfica”, afirmou Mourinho.


Um discurso com emoção e ética: Mourinho volta a demonstrar respeito pelo jornalismo desportivo


O discurso de José Mourinho não se limitou a elogiar o Benfica. O treinador, que sempre teve uma relação intensa com a comunicação social, aproveitou a ocasião para sublinhar a importância do jornalismo ético e independente.


“Parabéns por serem bons e independentes, como o vosso nome indica, ‘Dello Sport’. Vivo no futebol, mas amo o desporto e o jornalismo com ética”, destacou o técnico português.


Esta afirmação foi recebida com aplausos pelos presentes, muitos deles figuras influentes do panorama desportivo italiano. Mourinho, que trabalhou em Itália durante o período mais glorioso da sua carreira – quando conquistou a Liga dos Campeões ao serviço do Inter de Milão –, é ainda hoje uma figura de respeito no país.


O treinador referiu-se também à amizade com o diretor do Corriere dello Sport, Ivan Zazzaroni, e mostrou o lado mais descontraído que raramente se vê nas conferências de imprensa.


“Muitos parabéns, e não o digo apenas pela nossa amizade, mas porque o sinto verdadeiramente. Conhecem-me o suficiente para saber que digo apenas o que penso, mesmo que por vezes diga coisas erradas”, disse Mourinho, arrancando sorrisos da plateia.


O regresso ao futebol português e o novo ciclo com o Benfica


Desde que regressou ao futebol português, Mourinho tem mostrado uma postura ambiciosa e determinada. A vitória recente sobre o Porto e o avanço nas competições internas reforçaram a confiança dos adeptos, que veem nele a figura ideal para devolver o Benfica à glória europeia.


O treinador afirmou várias vezes que o regresso à Luz não foi apenas um desafio profissional, mas também emocional. “Voltei graças ao Benfica”, sublinhou, num tom que revela o significado pessoal desta nova etapa.


Internamente, o técnico tem promovido mudanças estratégicas na equipa, e tudo indica que fará novas alterações no onze inicial frente ao Tondela, encontro dos quartos de final da Taça da Liga, agendado para quarta-feira, às 20h45, no Estádio da Luz.


Um recorde que reforça o peso do Benfica no panorama mundial


O número de 85 mil votantes nas eleições encarnadas não é apenas um dado estatístico — é uma afirmação da dimensão global do Benfica. Nenhum outro clube no mundo havia atingido tal marca, e isso não passou despercebido a Mourinho, que fez questão de relacionar o feito com o sentido de pertença dos adeptos.


Este recorde reforça o papel do Benfica como instituição global e como um dos clubes mais organizados a nível administrativo. Para Mourinho, é um sinal de que o futebol português ainda tem a capacidade de inspirar, mobilizar e modernizar as suas estruturas.


“O Benfica é mais do que um clube; é uma paixão mundial com valores e uma identidade muito fortes”, comentou o técnico em tom de orgulho.


Mourinho e o respeito pelos adversários


Apesar do foco na gala ser o centenário do Corriere dello Sport, Mourinho não resistiu a uma breve reflexão sobre o futebol italiano e os seus antigos adversários. Com a elegância de quem conhece bem o terreno, o português deixou elogios à Juventus e a Gianluigi Buffon, figuras centrais na sua trajetória em Itália.


“Não sou nenhum santo, mas para mim os melhores adversários, tanto a nível individual como coletivo, são aqueles que nos obrigam a ser melhores. Sempre vi a Juventus como a Juventus, mesmo que na minha passagem pelo Inter o clube viesse de um período difícil. O Buffon foi sempre o melhor da sua geração”, concluiu Mourinho.


Estas palavras demonstram o reconhecimento que o técnico tem pelos grandes nomes do futebol europeu, independentemente das rivalidades. Essa atitude é parte da filosofia Mourinho: competir com intensidade, mas respeitar quem faz parte da história do jogo.


Um discurso que mistura nostalgia, liderança e visão


O discurso de Mourinho na gala italiana mostra o lado mais humano e reflexivo do treinador. Ao longo da sua carreira, o “Special One” construiu uma imagem de liderança firme e muitas vezes polémica, mas também de profundo respeito pelo desporto e pelos valores que o sustentam.


O tributo prestado ao Corriere dello Sport e o destaque ao recorde eleitoral do Benfica refletem uma coerência entre o homem e o profissional: alguém que valoriza a verdade, o mérito e a ética, seja no campo ou fora dele.


Mourinho volta a provar que é mais do que um treinador — é uma voz influente no futebol mundial, capaz de inspirar não apenas jogadores e adeptos, mas também jornalistas e profissionais do desporto.


Perspetiva e análise: o simbolismo do momento


A intervenção de José Mourinho pode ser vista como uma mensagem estratégica e emocional em simultâneo. Por um lado, reforça a ligação com o Benfica, destacando o impacto global do clube e a sua força democrática. Por outro, reitera a sua imagem internacional, especialmente num país que o idolatra desde os tempos do Inter.


Ao elogiar o jornalismo com ética, Mourinho também lança uma mensagem indireta sobre o seu próprio percurso, tantas vezes marcado por conflitos mediáticos. A sua fala demonstra maturidade e uma consciência clara sobre o papel que a comunicação tem no futebol moderno.


Este episódio confirma que o técnico continua a ser um comunicador nato, capaz de transformar um simples discurso numa aula de liderança e carisma.


Conclusão: Mourinho entre o passado e o futuro


José Mourinho volta a ser notícia — não por uma polémica, mas por um discurso equilibrado, repleto de significado e respeito. O técnico mostra que continua fiel à sua essência: um homem que vive o futebol intensamente, mas que reconhece o valor das pessoas e instituições que o rodeiam.


Entre o tributo ao Corriere dello Sport e a exaltação do recorde mundial do Benfica, Mourinho reforça o elo entre ética, paixão e profissionalismo — três pilares que definem tanto o seu legado quanto o caminho que deseja seguir na Luz.


Na véspera do duelo com o Tondela, o “Special One” dá mais uma prova de que o seu impacto vai muito além das quatro linhas.

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