Entrada confiante e domínio encarnado desde o apito inicial
A tarde de quinta-feira, 30 de outubro, foi de afirmação para a equipa B do Benfica. No relvado do Benfica Campus, no Seixal, os jovens encarnados mostraram maturidade e controlo tático, vencendo por 2-1 o Paços de Ferreira, em partida válida pela 9.ª jornada da Liga Portugal 2 Meu Super 2025/26.
Depois da vitória moralizadora frente ao Feirense no último domingo, o conjunto comandado por Nelson Veríssimo apresentou-se determinado a confirmar a boa forma e consolidar o momento positivo. O início da partida foi revelador: posse de bola dominante, linhas subidas e pressão constante sobre a saída de jogo dos pacenses.
O primeiro golo surgiu aos 27 minutos, quando Diogo Prioste, num remate certeiro dentro da área, abriu o marcador e deu justiça ao domínio encarnado. A vantagem foi reforçada ainda antes do intervalo — João Fonseca aproveitou um cruzamento milimétrico para ampliar para 2-0, num lance que evidenciou a boa dinâmica ofensiva do Benfica B.
Gestão inteligente na segunda parte, mas com susto à mistura
Na etapa complementar, a equipa da Luz voltou com a mesma postura: posse, paciência e circulação de bola. Contudo, o Paços de Ferreira reagiu com orgulho e reduziu a desvantagem aos 57 minutos, aproveitando uma falha de marcação no setor defensivo benfiquista. O golo relançou o jogo e trouxe algum nervosismo à jovem formação encarnada.
Ainda assim, o Benfica B soube controlar os ritmos do encontro, mantendo a serenidade mesmo nos momentos de maior pressão adversária. O guardião Samuel Soares foi decisivo com uma defesa importante perto do final, assegurando a vitória e confirmando o segundo triunfo consecutivo da equipa na prova.
Apesar das oportunidades criadas para o 3-1, a bola já não voltou a entrar. O resultado final de 2-1 espelhou o equilíbrio da segunda parte, mas também o crescimento competitivo de um grupo que começa a encontrar o seu rumo na temporada.
Veríssimo começa a ver resultados do trabalho
Após um início de campeonato irregular, com resultados aquém do esperado, Nelson Veríssimo parece ter encontrado a fórmula certa para equilibrar juventude e consistência. O treinador encarnado, experiente no trabalho com a formação do clube, tem apostado na coesão defensiva e na construção paciente desde trás — um modelo de jogo que privilegia a posse e a transição rápida pelos flancos.
Em declarações pós-jogo (não oficiais), Veríssimo teria sublinhado a importância da atitude dos jogadores: “O mais importante é ver a equipa acreditar no processo. Estamos a crescer, e estas vitórias dão confiança para o que vem aí.”
Com esta vitória, o Benfica B soma 10 pontos em nove jornadas, subindo ao 12.º lugar da tabela. É um passo modesto, mas significativo, numa Liga 2 cada vez mais competitiva e equilibrada, onde cada ponto pode fazer diferença entre lutar pelos lugares cimeiros ou evitar o fundo da classificação.
Destaques individuais: Prioste e João Fonseca em alta
O grande nome da partida foi Diogo Prioste, médio formado no Seixal, que além do golo demonstrou grande influência no meio-campo. Com qualidade de passe e visão de jogo, foi o motor da equipa durante boa parte do encontro.
Já João Fonseca, autor do segundo golo, confirmou o bom momento que atravessa. A sua movimentação entre linhas e a capacidade de finalização mostram que é um dos talentos mais promissores da nova geração encarnada.
No setor defensivo, destaque para Samuel Soares, seguro nas intervenções e decisivo nos minutos finais, e para Tomás Araújo, que deu experiência e liderança à linha de quatro. São jogadores que continuam a mostrar maturidade e potencial para um futuro salto à equipa principal.
Análise tática: equilíbrio e maior coesão defensiva
Taticamente, o Benfica B apresentou-se num 4-3-3 bem estruturado, com laterais projetados e um meio-campo móvel. A principal diferença em relação a jogos anteriores foi a solidez defensiva. A equipa conseguiu fechar espaços entre linhas, impedindo o Paços de Ferreira de criar perigo no corredor central.
O trabalho de recuperação após perda da bola também foi notável. Prioste e Martim Neto fizeram excelente cobertura defensiva, enquanto os extremos mantiveram disciplina tática, alternando entre a pressão alta e o recuo rápido.
Ainda que o segundo tempo tenha mostrado algum desgaste físico, a equipa soube sofrer — algo que faltava em partidas anteriores. Essa maturidade competitiva é, sem dúvida, um sinal de evolução.
Paços de Ferreira: esforço sem recompensa
Do outro lado, o Paços de Ferreira mostrou capacidade de reação, mas pecou pela ineficácia ofensiva. O golo marcado aos 57 minutos trouxe esperança, mas a equipa não conseguiu transformar o ímpeto em mais oportunidades claras.
Os pacenses continuam a viver um momento de instabilidade na Liga 2, com uma série de resultados negativos que afastam o clube dos lugares de subida. Ainda assim, a postura competitiva e o espírito de luta são sinais positivos para o que resta da temporada.
O que vem a seguir: viagem a Faro e novo teste à consistência
O calendário não dá descanso. Já no domingo, 2 de novembro, o Benfica B volta a entrar em ação, desta vez frente ao Farense, em Faro, num duelo que promete testar a consistência da equipa. A partida tem início marcado para as 15h30, no Estádio de São Luís.
Uma vitória fora de casa poderia consolidar o momento de crescimento e aproximar os encarnados da metade superior da tabela. Mais do que isso, seria a confirmação de que o projeto de Nelson Veríssimo começa a dar frutos — tanto no desenvolvimento individual dos jovens talentos como na afirmação coletiva da equipa.
Opinião: o Benfica B está finalmente a encontrar a sua identidade
Depois de um arranque instável, o Benfica B mostra sinais de identidade e propósito. A aposta em jovens formados no clube, aliada à experiência de um técnico conhecedor da casa, começa a render resultados.
O modelo de jogo baseado em posse, verticalidade e intensidade reflete a filosofia do clube — e serve, ao mesmo tempo, como plataforma ideal para o crescimento dos futuros craques da equipa principal.
Se mantiver esta linha de evolução, o Benfica B pode transformar uma época de reconstrução numa temporada de afirmação. Mais do que os resultados imediatos, importa consolidar o projeto e continuar a fazer do Benfica Campus um verdadeiro laboratório de talentos para o futebol português.

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